A EUROPA DO CONGRESSO DE VIENA — 1815
Tendo a grande coligação, formada contra Napoleão, conseguido vencê-lo, foi reunido em Viena o Congresso incumbido da liquidação imperial, isto é, da redistribuição dos territórios ocupados pelos franceses, fora da França. De fato, já havia sido decidida pelos aliados a fronteira imposta aos vencidos, nos tratados de Paris de 1814 e 1815.
Em Viena, os representantes dos Estados vencedores, ditos aliados, julgaram ter uma oportunidade única de remodelar o mapa da Europa de acordo com as ambições dos seus respectivos soberanos. Só um deles devia ser sacrificado por ter-se conservado fiel a Napoleão: o rei da Saxônia. De fato, mais de 50% de seus domínios, na bacia do Elba e de seus afluentes, foram-lhe retirados para serem entregues à Prússia.
Substituindo a Confederação do Reno, foi criada a Confederação Germânica, com sede em Francfort e sob a presidência da Áustria. Era uma organização imperial de pouca eficiência, que reuniu os numerosos soberanos alemães e na qual tinham parte também soberanos estrangeiros com possessões na Confederação, como o rei da Dinamarca e o rei dos Países Baixos. Fora dos limites da Confederação, soberanos alemães, por sua vez, possuíam territórios extensos que não faziam parte dela. Entre os principais assuntos tratados em Vie na, dois deram ensejo a lutas diplomáticas mais ásperas: a questão da Saxônia, desmembrada em parte, como foi dito, e a questão da Polônia. Para apoio às pretensões da Prússia â Saxônia, o czar exigiu a formação de um Reino da Polônia, do qual seria rei. Desapareceu, assim, mais uma vez, a Polônia, bem como o Grão-Ducado de Varsóvia, criado por Napoleão. Tomaram parte no desmembramento a Rússia, a Prússia e a Áustria. Foi apenas respeitada a cidade de Cracóvia, que se tornou república livre. A Rússia conservou o Grão-Ducado da Finlândia e a Bessarábia (anexada em 1812).
Uma nova monarquia era criada em favor do rei dos Países Baixos, aos quais foi incorporada a Bélgica. Também, acrescida de Gênova e da Saboia, era restaurada a monarquia sarda. A Áustria, além da presidência da Confederação Germânica, obtinha da Itália o Reino Lombardo-Veneziano e restabelecia seus arquiduques nos tronos italianos da Toscana, de Parma e Módena. Adquiria a Dalmácia e a Galícia. Entre os mais bem aquinhoados, na Alemanha, destacava-se a Baviera, que recebia a Francônia e o Palatinado. A Suécia perdia a Finlândia, mas se unia à Noruega, retirada da Dinamarca. A Cracóvia foi transformada em cidade livre, enquanto Francfort, Bremen, Hamburgo e Lubeck já o eram antes do Congresso de Viena.
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quinta-feira, 6 de maio de 2010
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